Como sei que meu filho está mesmo com prisão de ventre?
Não existe regra no que diz respeito à frequência do cocô de um bebê. Você vai precisar observar e descobrir o que é normal para o seu bebê.
É importante saber que todo bebê tem de fazer força para defecar, mesmo que o cocô esteja pastoso ou líquido. Logo você vai reconhecer as caretas que seu filho faz quando está "aprontando" na fralda. Também é bom saber que, mais que o número de dias sem fazer cocô, o que importa é o aspecto das fezes (não devem ser duras e secas) e o desconforto do bebê.
A constipação é rara em bebês novinhos, em especial nos que mamam no peito. O cocô do recém-nascido é pastoso ou quase líquido. Se seu filho estiver fazendo cocô de bolinha, é provável que esteja com prisão de ventre.
Veja uma incrível galeria de fotos que mostra direitinho como é o cocô do bebê.
O mais comum é os bebês amamentados ao seio fazerem cocô várias vezes por dia nas primeiras semanas, mas depois disso podem passar a fazer só uma ou duas vezes na semana inteira. Isso é normal.
Bebês que tomam fórmulas lácteas tendem a fazer cocô só uma vez por dia, com uma consistência mais firme, mas às vezes só fazem uma vez a cada três ou quatro dias. Isso não é considerado anormal, desde que o cocô não esteja duro demais, saindo em pedaços bem pequenos.
É comum os bebês começarem a sofrer com prisão de ventre quando começam a comer outros alimentos. Os sintomas são:
- Irritabilidade, dor de barriga e desconforto gástrico
- Abdome duro ao toque
- Dor de barriga que melhora depois de fazer cocô
- Traços de sangue nas fezes, normalmente devido a fissuras na pele do ânus, provocada pela passagem do cocô ressecado
- Cocô duro, em bolinhas pequenas
- Em alguns casos, um cocô quase líquido, frequente e em pequena quantidade, pode indicar prisão de ventre (porque só ele consegue passar pelas fezes ressecadas no intestino
O que pode estar provocando a prisão de ventre?
Veja abaixo alguns dos fatores que podem estar colaborando para a prisão de ventre:
Fórmula - Algumas fórmulas em pó podem prender o intestino do bebê, dependendo da sensibilidade da criança. Você pode conversar com o pediatra para trocar a marca ou o tipo da fórmula. Verifique se você está preparando a fórmula corretamente, com a quantidade especificada de água. Fórmula concentrada demais pode causar constipação.
Desidratação - Verifique se o bebê está recebendo bastante líquido. Se você amamenta, aumente a sua ingestão de líquido e confira se sua produção de leite é suficiente e se o bebê está mamando bem. Lembre-se de que um bebê amamentado só tem prisão de ventre se o cocô estiver duro e ressecado, o que é muito raro. Se seu filho toma fórmula, dê água nos intervalos das mamadas. Para bebês que já comem outros alimentos, dê água e sucos ao longo do dia.
Introdução de novos alimentos - Quando o bebê começa a comer outras comidas, o intestino pode ficar mais vagaroso. Um dos maiores culpados é o cereal (mingau) de arroz, que prende o intestino e tem pouca fibra.
Auto obstipação - Pode acontecer também de a criança, quando cresce, começar a segurar o cocô, por associar o ato de defecar com algo doloroso (pode ser que uma vez tenha doído). Nesse caso é preciso conversar com o pediatra para adotar uma estratégia que faça a criança dissociar o ato de fazer cocô de uma experiência dolorosa. O médico pode receitar algum tipo de laxante leve.
Em casos bem mais raros, a prisão de ventre pode ser causada por uma doença ou problema congênito, que só o médico saberá avaliar.
Como tratar a prisão de ventre no bebê?
Converse com o pediatra antes de tomar medidas para aliviar o desconforto do bebê. Lembre-se de fazer uma lista de perguntas nas consultas de rotina para já saber o que fazer no caso de uma eventual prisão de ventre.
Veja algumas das alternativas:
- Faça exercícios no bebê. Para bebês pequenos, faça o movimento de bicicleta nas perninhas. Se o bebê já engatinha, coloque-o no chão por bastante tempo por dia.
- Massageie a barriga do bebê. Pressione com firmeza três dedos abaixo do umbigo, por cerca de três minutos.
- Para bebês que tomam fórmula em pó, pergunte ao médico se não pode trocar de tipo ou marca.
- Se seu filho come cereal de arroz, experimente trocar por outro tipo de cereal, como o de aveia. Ou só dê cereal misturado com frutas que soltam o intestino, como o mamão papaia.
- Use uma das estratégias favoritas das mães: deixar uma ameixa preta de molho num copo d'água durante a noite e depois dar a água ao bebê, ou ainda bater a ameixa junto com suco. Lembre-se de que bebê de menos de 1 ano não devem comer mel.
- Aumente a quantidade de líquido que o bebê toma. E prefira frutas e verduras que soltam o intestino, reduzindo a quantidade de banana e maçã, por exemplo.
Não posso usar supositório no bebê, ou dar laxante?
Pergunte para o pediatra do bebê que métodos pode usar quando o bebê estiver obviamente desconfortável por causa da prisão de ventre.
Pode ser que o pediatra receite algum tipo de laxante natural, ou ainda um supositório, de glicerina ou com medicamento.
O supositório deve ser guardado para situações de emergência, assim como o estímulo do ânus, para que o bebê não fique acostumado a só fazer cocô com ajuda externa.
Qual é a definição de alergia?
A alergia é uma reação imunológica a alguma substância que tenha entrado em contato com o corpo -- inalada, ingerida ou simplesmente tocada. O sistema imunológico do organismo reage ao alérgeno (a substância que causa a reação) secretando histamina e outros compostos químicos no sangue, o que provoca sintomas como congestão nasal, irritação na garganta, diarreia, coceira no nariz e nos olhos e urticária.
A alergia é hereditária?
A tendência a ser alérgico normalmente é hereditária, mas os tipos de alergia entre pessoas da mesma família podem ser bem diferentes. Um filho pode ter asma e outro, rinite alérgica. O aleitamento exclusivo nos primeiros seis meses de vida ajuda a reduzir o risco de alergia na infância.
É fácil distinguir se o bebê tem alergia?
Não. Não é incomum, por exemplo, que bebês apresentem algum chiado no peito quando têm uma infecção respiratória nas vias aéreas superiores. Não é obrigatoriamente um sinal de alergia, e boa parte das crianças que apresentam algum chiado no peito durante processos virais como resfriados vai deixando aos poucos de ter o sintoma, à medida que crescem.
Se o chiado continuar aparecendo, mesmo sem resfriado, e se permanecer depois que ela tiver 3 anos, existe a possibilidade de alergia, e pode valer a pena fazer um diário com todas as atividades e alimentações da criança para que o médico identifique se há algo causando o problema. A asma normalmente é diagnosticada pelo histórico médico da criança e pela resposta dela aos broncodilatadores (medicamentos que aumentam o calibre dos brônquios).
As alergias mais comuns, como asma, dermatite e rinite, são mais fáceis de diagnosticar. O problema é que a pessoa pode ter alergia a quase tudo, de pêlo de gato a poliéster. Se seu filho tiver os sintomas e você e o pediatra não conseguirem identificar a causa, ele pode encaminhá-lo a um especialista.
Uma das maneiras de detectar a causa de uma alergia é com exames de contato com a pele, em que várias substâncias são colocadas na pele para verificar a reação. O resultado é rápido, mas esse tipo de teste não tem resultados confiáveis em bebês de menos de 1 ano e meio. Outro exame possível é o de sangue (Rast), que pesquisa vários elementos que podem ser os causadores da alergia, presentes em alimentos, poeira doméstica, pelos de animais, fungos, insetos etc.
Se seu filho estiver com dificuldade de respirar, ficar ofegante, parecer desorientado, ficar com o coração disparado ou ficar pálido e gelado, procure ajuda médica imediatamente.
Há alguma época do ano mais propensa a alergias?
Os sintomas podem aparecer em qualquer época. As alergias a fungo costumam aparecer nos meses mais frios, e às vezes é difícil distingui-las do resfriado comum. Alergias a pólen são mais frequentes na primavera e no outono. Quando a congestão nasal e a irritação das mucosas dura todo o ano, em especial de manhã, é mais provável que a alergia seja provocada por ácaros (presentes na poeira doméstica) ou por animais de estimação.
Meu filho vai ser alérgico pelo resto da vida?
Em alguns casos, a criança se livra da alergia quando cresce. Isso é bem comum quando se trata de alergia a leite. Em outros, a alergia fica mais forte na vida adulta. E, às vezes, a criança desenvolve um novo tipo de alergia quando é mais velha.
Qual é o tratamento?
O tratamento com medicamentos é feito com anti-histamínicos e corticosteróides, sempre sob orientação médica, mas o modo mais simples de acabar com a alergia é eliminar o agente causador. Entre os alérgenos em potencial estão a fumaça de cigarro, travesseiros de pena, perfume, pelo de animais e cobertores de lã. Evite também manter bichos de pelúcia -- um criadouro de ácaros -- no quarto do seu filho, e lave com frequência aqueles de que ele mais gostar.
Se você já tiver percebido que a alergia do seu filho piora na primavera, ou quando ele está ao ar livre, pode ser que o pólen seja o culpado. Nesse caso, evite deixá-lo exposto a muito vento e dê banhos frequentes. Quando o problema é a dermatite, o pediatra pode recomendar um hidratante especial para aliviar os sintomas. Se a pele estiver muito irritada, o médico pode receitar pomadas ou cremes com corticosteróides, que precisam ser usadas com muita parcimônia.
Caso o culpado da alergia seja um animal doméstico, vale a pena restringir o acesso dele a determinadas áreas da casa. Se a situação ficar insustentável, pode não haver outra saída senão achar uma outra casa para o bichinho -- a casa dos avós (com um bom trabalho de convencimento) ou de alguém conhecido pode ser uma boa alternativa, para não perder o vínculo com o animal querido.
Evite ao máximo a poeira no quarto da criança. O problema na verdade não é a poeira em si, mas os ácaros que vivem nela. Parentes das aranhas, os ácaros são organismos microscópios e se alimentam de células mortas da pele humana e que produzem alérgenos.
É impossível eliminar completamente a poeira, mas medidas simples podem ajudar. São elas:
• abrir sempre as janelas
• evitar carpetes e tapetes
• lavar os lençóis com frequência (se possível, com água quente)
• fazer a limpeza com pano úmido, em vez de usar vassoura ou aspirador de pó (a não ser aspiradores de pó com filtro especial, chamado "hepa", que não espalha a poeira)
• usar roupas de cama antiácaro
• limpar o ambiente com substâncias antiácaro
Vou saber se meu filho está assado?
Sem dúvida. Certas áreas da pele que ficam cobertas pela fralda -- normalmente na área genital, nas dobrinhas das coxas e perto do ânus -- vão ficar vermelhas e irritadas. Às vezes as áreas afetadas têm um aspecto ressecado, outras vezes úmido, e também podem aparecer pequenas brotoejas.
Se a assadura comum não for tratada, pode se transformar em um problema mais sério -- como uma micose, como a candidíase, ou uma infecção bacteriana. As micoses por cândida (o mesmo fungo que causa o sapinho e a candidíase vaginal) são mais comuns em bebês que estejam tomando antibióticos. Essas drogas matam as bactérias "boas" que normalmente controlam a proliferação dos fungos. A micose causada pela cândida começa com pequenos pontinhos vermelhos, que vão se multiplicando até formar uma placa vermelha. As infecções causadas por bactérias provocam o surgimento de placas amareladas e espinhas de ponta amarela, e podem vir acompanhadas de febre.
Fique atenta também porque nem sempre a assadura acontece só na área da fralda. Especialmente em regiões quentes, e em bebês gordinhos, elas podem aparecer em outras dobrinhas, como no pescoço, embaixo do queixo.
Qual é a causa da assadura?
A principal causa é a umidade. Recém-nascidos fazem xixi o tempo todo, e também defecam com frequência. Nem as fraldas com o máximo poder de absorção conseguem tirar toda a umidade do contato com a pele do bebê, que é muito delicada. Se a troca de fralda demorar muito, é quase certo que haverá assadura. Mas o problema pode aparecer também mesmo com trocas frequentes e com todo o cuidado, dependendo da sensibilidade da pele de cada criança.
Bebês mais velhos podem acabar tendo assaduras em decorrência de mudanças na alimentação ou de diarreia.
Qual é o melhor tratamento para a assadura?
O melhor remédio é manter o bebê limpo e seco, com trocas frequentes de fralda. Se estiver calor, tente deixá-lo sem fralda por um tempinho, num lugar que seja fácil de limpar (prevendo o tamanho do desastre se ele fizer xixi ou cocô), ou durante uma soneca diurna. Tomar um pouco de sol na área afetada ajuda na cicatrização -- mas só o sol de antes das 11h e depois das 16h, e por uns 15 minutinhos.
Experimente também trocar a marca da fralda descartável, ou então de sabão no caso de fraldas de pano (lembrando que os médicos costumam recomendar, nesta fase, usar sabão de coco). Isso eliminará o problema se a causa principal for alérgica.
Uma assadura normal tem de melhorar depois de cerca de dois dias de tratamento comum, com os cremes tradicionais usados para prevenir a irritação (normalmente à base de óxido de zinco, vitaminas A e D, lanolina, calêndula e óleos). Não use pomadas com corticóides sem falar com o médico.
Se depois desse período de dois dias a assadura não tiver ido embora, ou tiver piorado, fale com o pediatra, pois deve haver algum outro tipo de infecção, fúngica ou bacteriana, que exija tratamento específico.
Como posso prevenir as assaduras?
A melhor defesa contra a assadura é um bumbum sequinho. Siga cinco passos básicos:
• Troque a fralda do bebê assim que possível, se ela estiver encharcada ou com cocô.
• Limpe a área dos órgãos genitais do bebê com cuidado depois de cada cocô, e deixe-a bem seca antes de fechar a fralda.
• Passe uma fina camada de pomada antiassadura no bumbum do bebê, como as de óxido de zinco. Não use talco -- ele pode ser aspirado pelo bebê e ir para os pulmões.
• Não aperte demais a fralda. É preciso deixar espaço para o ar circular e a pele do bebê poder respirar.
• Evite o uso de amaciante nas roupas do bebê.
• Quando seu filho começar a comer alimentos sólidos, não dê muitas novidades ao mesmo tempo. Assim fica mais fácil perceber se a assadura se deve a alguma alergia alimentar.
O que é a cólica que atinge os bebês?
A partir das duas semanas de vida, os bebês podem começar a ter crises de choro que duram horas e horas. O choro pode estar relacionado à presença de gases na barriga, mas muitas vezes não dá para identificar a causa.
A cólica é muito comum, e pode ser desesperadora para a família, principalmente porque todos estão se adaptando à nova vida com o bebê. O alento é que ela costuma ir embora quando o bebê tem 3 ou 4 meses.
Meu bebê chora demais. Como vou saber se é cólica?
Todo bebê chora. É totalmente normal um recém-nascido chorar duas horas por dia.
Quando o bebê chora muito, a primeira coisa a ser descartada é a fome. Ofereça sempre o peito quando ele chorar. Se seu bebê está mamando bem, molhando mais de 6 fraldas por dia e ganhando peso, o mais provável é que não seja fome.
Leia mais sobre os sinais de que o bebê está mamando o suficiente.
Num bebê com cólica, você pode notar o seguinte:
- Ele tem crises de choro intenso, e é difícil acalmá-lo
- Ele encolhe as perninhas e arqueia as costas para trás enquanto chora
- Ele solta puns quando chora
A cólica normalmente ataca no final da tarde e à noite. Em casos mais difíceis, o bebê chora a qualquer hora do dia. Pode ficar difícil dar de mamar para o bebê quando ele está tão desconfortável.
Por que o bebê fica com cólica?
Cientistas tentam achar uma explicação certeira para a cólica do recém-nascido há mais de 50 anos, sem sucesso. Ainda não se sabe exatamente o que provoca a cólica.
Uma das hipóteses mais fortes é a de que o sistema digestivo do bebê ainda é imaturo, o que faz a barriga doer em reação a algumas substâncias do leite materno ou do leite artificial.
Outras possíveis explicações são:
- O sistema nervoso do bebê ainda não amadureceu e fica sensível demais
- O bebê sente dor porque tem dificuldade de expelir gases
Outra indicação é que o fumo durante a gravidez ou o convívio com alguém que fuma podem predispor a criança a ter cólica.
A cólica é grave? Há algum risco para o bebê?
Não, o bebê não corre nenhum risco. Mas é preciso sempre consultar o médico para ter certeza de que se trata de cólica mesmo e não de algum outro problema que esteja causando dor ou desconforto, como uma hérnia ou uma infecção.
O ruim é que, conforme o bebê chora, ele pode engolir mais ar, o que só provoca mais gases e cólica.
E é muito difícil conviver com um bebê que chora tanto. Ainda mais quando a mãe está sensível por causa de tantas mudanças hormonais, que já são motivo suficiente para ela chorar por horas e horas também.
Quanto mais tenso ficar quem está cuidando do bebê, mais difícil será acalmá-lo.
O que posso fazer para tentar acalmar o bebê?
As estratégias para acalmar o bebê dependem da possível causa da cólica. Veja as possibilidades:
Reação ao leite materno ou fórmula
Pode ser que o sistema digestivo do bebê ainda seja imaturo, e que algumas substâncias provoquem dor e desconforto. O que fazer:
- Se você está amamentando, pode experimentar fazer algumas mudanças na sua alimentação para ver se o bebê chora menos. Uma regra simples é a seguinte: procure eliminar os alimentos que causam gases em você. Entre os alimentos que se imagina que possam causar cólica estão: leite, chocolate, brócolis, couve-flor, repolho, feijão, cebola e comidas apimentadas. Mas lembre-se de que uma mãe que amamenta precisa se alimentar bem, e que o leite materno é o melhor para o bebê (bebês que tomam fórmula também têm cólica!).
- Se seu bebê toma fórmula, pode ser que ele tenha alguma alergia ou intolerância a um componente do leite artificial. O pediatra pode prescrever uma fórmula especial.
- Sempre alimente o bebê quando parecer que ele está com fome, sem se preocupar em estabelecer horários, nos primeiros meses de vida.
Sistema nervoso imaturo ou sensível demais
Pode ser que o bebê ainda não esteja pronto para tantos estímulos que o mundo joga sobre ele. Se o choro do bebê não parecer estar relacionado com dor de barriga, experimente as seguintes táticas:
- Segure o bebê no colo bem apertadinho, use um sling ou experimente enrolá-lo numa manta.
- Experimente mantê-lo num ambiente sem muitos estímulos, com pouca luz e pouco barulho. Se você achar que segurá-lo no colo não está adiantando, tente colocá-lo por alguns minutos no berço.
- Como você já deve ter descoberto, o bebê chora menos quando está em movimento. Carregue-o com você num canguru ou sling, deite na rede com ele, passeie bastante ou balance o carrinho. No caso do choro desesperador da cólica, não adianta ficar se preocupando em acostumar mal o bebê.
- Barulhos constantes ou rítmicos, como o do ventilador, acalmam alguns bebês.
- Chupar o dedo ou a chupeta podem acalmar o bebê. Você também pode fazer uma massagem leve.
Dor causada por gases
Você vai notar que o bebê se "espreme" e se contorce, e parece ter alívio quando solta um pum ou quando consegue fazer cocô. Ele também pode começar a chorar no meio de uma mamada.
Algumas sugestões:
- Ponha o bebê para arrotar depois de cada mamada. Veja mais detalhes sobre como colocar o bebê para arrotar.
- Procure manter o bebê com a cabeça levantada na hora de dar de mamar. Se você amamenta o bebê, confira se ele está pegando o peito direitinho e experimente variar as posições de amamentar.
- Se você dá mamadeira para o bebê, tenha certeza de que ele não está engolindo ar. Veja se o furo do bico não está muito grande, e mantenha a mamadeira sempre bem levantada, com o bico totalmente preenchido de leite. Procure os bicos anatômicos e elaborados exatamente para diminuir a entrada de ar enquanto a criança mama.
- O pediatra pode receitar uma medicação (gotas de dimeticona) para ajudar o bebê a aliviar o acúmulo de gás na barriguinha. Fale sempre com o pediatra antes de usar estratégias como como a funchicória, um pó feito a partir do funcho ou erva-doce, que muitos pais colocam na chupeta para acalmar a criança.
- Tente colocar uma bolsa de água quente na barriga do bebê (sempre envolta numa toalha e com muito cuidado para não queimar o bebê, que tem a pele extra-sensível).
- Procure fazer movimentos de bicicleta com as pernas dele ou massagear a barriga com delicadeza para estimular a evacuação, o que também pode ajudar.
Bebês podem ter infecção urinária?
Sim. O nome mais específico é infecção no trato urinário, sistema composto pelos seguintes órgãos:
- os rins, que fabricam a urina
- os ureteres, que levam a urina dos rins até a bexiga
- a bexiga, que armazena a urina enquanto ela não é eliminada
- a uretra, que leva a urina da bexiga até o orifício por onde o xixi sai
Em condições normais, a urina segue esse caminho sem problemas, mas, quando se contamina por bactérias -- que costumam vir da pele em torno dos órgãos genitais, do ânus ou pelo sangue --, pode provocar inflamação e infecção em qualquer ponto do percurso. Cerca de 8 por cento das meninas e 2 por cento dos meninos sofrem pelo menos uma infecção no trato urinário ao longo da infância.
Procure o médico se desconfiar que há algo errado. As infecções urinárias são fáceis de tratar, mas se não forem debeladas podem causar danos permanentes aos rins, e até mesmo insuficiência renal. De acordo com especialistas, em crianças de até 2 anos a probabilidade de sofrer sequelas graves é maior que em crianças mais velhas, por isso é importante diagnosticar o problema o quanto antes.
Como vou saber se meu filho está com a infecção?
Muitas vezes, uma febre inexplicável é o único sinal da infecção. Cerca de 5 por cento das crianças até 3 anos com febre e sem nenhum outro sintoma estão com infecção no trato urinário. Como os sintomas são escassos e pouco específicos, muitos bebês acabam nem sendo diagnosticados.
Em alguns casos, as crianças podem apresentar outros sintomas -- acompanhados ou não de febre --, como:
• Choro ou reclamação na hora de fazer xixi (um jeito de saber se a criança está fazendo xixi naquele exato momento é colocando a mão sobre a fralda. Dá para sentir o quente da urina enchendo a fralda).
• Urina com cheiro ruim
• Urina opaca, turva ou com sangue
• Irritabilidade persistente, sem explicação
• Vômitos
• Falta de apetite
• Emagrecimento ou dificuldade para ganhar peso
Como a doença é diagnosticada?
O médico vai fazer perguntas sobre os sintomas que você está percebendo, e vai examinar o bebê. Talvez pergunte se há casos de infecções urinárias frequentes na família, já que o problema pode ser hereditário.
Caso o pediatra desconfie de uma infecção no trato urinário, vai pedir um exame de urina, para tentar detectar a presença de bactérias. O resultado é rápido para saber se se trata ou não de infecção: a presença de um número elevado de glóbulos brancos, em geral, é um forte indício de infecção urinária causada por bactérias, e essa resposta sai no mesmo dia.
Depois disso, a mesma amostra de urina normalmente é mantida no laboratório para o exame de urocultura, que tenta identificar exatamente a bactéria responsável pela infecção, e para o antibiograma, que testa a eficácia de diferentes antibióticos contra a bactéria identificada.
Como vou conseguir fazer exame de urina em um bebê?
É bem difícil colher uma amostra estéril de urina de um bebê, que não esteja contaminada pelas bactérias presentes na pele, no bumbum e no cocô.
O método mais comum de fazer o exame é grudar uma espécie de saco plástico, com adesivos e um buraco, em torno da vagina ou do pênis do bebê, depois de uma boa limpeza da área. Nem sempre a estratégia funciona da primeira vez. Siga as orientações do hospital ou do laboratório.
Provavelmente a coleta terá de ser feita no próprio hospital ou laboratório, e não em casa, e você vai ter de ficar esperando o xixi aparecer -- reserve um bom tempo para a "operação exame". Procure oferecer líquidos para a criança antes da coleta para tentar diminuir o tempo de espera pelo xixi.
Em casos especiais, é necessário obter a amostra com um cateter -- um caninho flexível colocado na uretra do bebê para retirar a urina diretamente da bexiga. Apesar de desconfortável (o bebê provavelmente vai chorar), o exame é seguro e rápido: leva menos de um minuto.
Além do exame de urina, há outros?
Pode ser que o médico peça outros exames. Existem algumas alterações no trato urinário que podem facilitar a ocorrência de infecções urinárias, e um deles é o refluxo vésico-ureteral, situação em que a urina da bexiga volta para os rins. Os exames extras servem para verificar se há algum problema desse tipo. Entre 30 e 40 por cento dos bebês que apresentam infecção urinária têm o refluxo.
Entre os exames que podem ser pedidos estão o ultra-som e uma série de radiografias para detectar o refluxo.
Qual é o tratamento?
O tratamento da infecção é feito com antibióticos, na maioria das vezes por boca, por até duas semanas. O ideal é que o antibiótico seja escolhido com base no resultado da cultura de urina e do antibiograma, mas às vezes os médicos já receitam um antibiótico chamado de "amplo espectro" antes mesmo de saber o resultado, para que o efeito seja mais rápido, e depois de identificada a bactéria ajustam a medicação.
Ainda que a criança pareça ter melhorado depois de alguns dias, é importante dar o remédio até o último dia, conforme a receita do médico, para que a infecção não volte ainda mais forte.
Se a criança estiver debilitada, pode precisar ser internada para receber o remédio pela veia. Quando a infecção acontece em bebês de menos de 1 mês, a hospitalização é praxe.
E se meu filho tiver um problema mais sério?
Caso o bebê esteja com uma obstrução no trato urinário, pode ser necessária uma cirurgia. Em alguns casos, a operação também é realizada para corrigir o refluxo vésico-ureteral, embora na grande maioria deles o problema vá embora sozinho até a criança ter 6 anos.
Quando é diagnosticado o refluxo, às vezes os médicos receitam antibióticos em doses pequenas para ser usados a longo prazo, para evitar infecções frequentes e eventuais sequelas nos rins.
Há algo que eu possa fazer para evitar as infecções?
Certas crianças têm mesmo uma tendência a sofrer de infecções no trato urinário, mas há algumas medidas que você pode tomar para reduzir o risco:
• Dê muito líquido ao seu filho. Além de manter o trato urinário em constante atividade, os líquidos ajudam a evitar a prisão de ventre, que pode colaborar para que haja infecções.
• Também para evitar a prisão de ventre, ofereça bastante fibra ao bebê, como frutas, verduras e grãos integrais, quando ele já estiver comendo outros alimentos além do leite.
• Se você está amamentando, mantenha o aleitamento até o bebê ter no mínimo 7 meses. Estudos já mostraram que o leite materno até essa fase protege contra infecções urinárias, e a proteção se mantém até a criança ter mais de 2 anos, mesmo que não mame mais no peito.
• No caso de meninas, não use muito sabonete na água do banho, para não irritar a região vaginal. E sempre limpe a área da frente para trás, quando estiver trocando a fralda, para não levar bactérias do bumbum para a vagina.
Meu filho está cheio de picadas de algum tipo de inseto. Devo me preocupar?
É comum as crianças serem alvo de mordidas de insetos, embora seja uma chateação. Os mais comuns são os pernilongos, borrachudos, pulgas e formigas. Algumas picadas são piores que outras, como as de vespas, marimbondos e abelhas. Elas doem mais e demoram mais para sarar.
Também não é raro que as crianças apresentem algum tipo de reação alérgica às picadas. Nas reações menos graves, o que acontece é que surgem novas "picadas" pelo corpo, mesmo em lugares onde o inseto não atacou, e elas podem ficar vermelhas, inchadas e coçando bastante.
Essas "novas picadas" têm um nome técnico bem estranho, estrófulo, e o fenômeno é muito frequente nos primeiros três anos de idade. Essa é a explicação para as "picadas" às vezes aparecerem em lugares muito esquisitos do corpo, ou sempre no mesmo local.
Como tratar uma picada comum
Para aliviar a coceira da picada, você pode fazer o seguinte:
• Compressas frias, de gelo ou com um pano molhado com água gelada, aliviam a coceira e reduzem o inchaço.
• Se surgir alguma bolha no local (coisa que acontece às vezes com picadas de formiga), não a estoure.
• Você pode passar pomadas especiais no local para aliviar a dor, a irritação e a coceira. Há cremes que também evitam infecção, no caso de a criança coçar muito a área e criar uma ferida. O ideal é, nas consultas de rotina com o pediatra, já perguntar qual é o creme ideal para ter na farmacinha de casa e levá-lo em viagens e passeios.
Não aplique cremes e pomadas que contenham cânfora em crianças de menos de 2 anos. E nunca use cremes ou pomadas antialérgicas sem indicação médica, porque alguns desses produtos podem desencadear reações locais graves, especialmente quando há exposição ao sol.
• Se as picadas estiverem muito inchadas e coçando demais, um anti-histamínico por via oral pode aliviar o desconforto. Mas só dê remédios a que já esteja acostumada e que tenham sido receitados pelo pediatra.
Cuidado, porque certas pomadas para aliviar a coceira podem arder se a pele estiver ferida.
• Mantenha as unhas da criança bem curtas para ela não se arranhar muito, e tente evitar que ela coce demais as picadas, mantendo-as cobertas por roupas, por exemplo.
Como cuidar de picadas de vespa, abelha ou marimbondo
Se seu filho tiver sido picado por uma vespa, uma abelha ou um marimbondo, veja se consegue enxergar o ferrão e o retire raspando a pele com a sua unha ou com uma superfície reta e dura, como um cartão de banco, por exemplo.
Não use pinça nem aperte a pele da criança com os dedos para expulsar o ferrão, porque pode acabar lançando mais veneno para dentro do organismo da criança. Lave bem a região com água e sabão.
Uma vez retirado o ferrão, trate a picada como qualquer outra.
Se a criança estiver com muita dor, você pode dar um analgésico, como o paracetamol, a que ela esteja acostumada, seguindo a dose determinada pelo pediatra.
O que faço para meu filho não ser "comido" pelos mosquitos?
A maioria dos repelentes comerciais é eficaz para afastar os mosquitos, mas consulte o pediatra primeiro, porque eles só podem ser usados a partir de 6 meses. Inseticidas ligados à eletricidade podem ser uma boa opção, mas existe a possibilidade de causarem alergias, principalmente respiratórias, por isso é bom falar antes com o pediatra.
O uso de sapatos, calça e blusa de manga comprida em regiões muito infestadas também ajuda a prevenir as picadas. Se você tem animais de estimação, use produtos específicos para eliminar as pulgas.
Procure vestir a criança com roupas claras. Leia mais sobre o uso de repelentes em crianças pequenas.
A picada virou uma ferida. Será que está infeccionada?
A picada pode infeccionar se uma bactéria entrar no local, na hora da mordida ou depois, em decorrência de arranhões quando a criança se coça. É o chamado impetigo.
Pode haver febre ou um inchaço que vai aumentando na área da picada. Ou então pode se formar uma casquinha que se parece com mel ressecado. A infecção pode ser tratada com antibióticos por via oral ou de uso tópico (pomadas), conforme recomendação médica.
Saiba como agir em caso de reação alérgica grave
Em casos raros, pode haver uma grave reação alérgica a picadas de determinados tipos de insetos, como abelhas, vespas ou até formigas. É a chamada reação anafilática, que pode até ser fatal. Conheça os sinais de alerta e, se seu filho apresentar qualquer um deles, leve-o imediatamente ao hospital ou peça socorro médico:
• chiadeira no peito
• lábios, língua e interior da boca inchados. O inchaço da garganta pode dificultar a respiração
• coração acelerado
• pele fria e úmida
• desmaio
• enjoo e vômitos
Enquanto não recebe atendimento médico, mantenha a criança deitada com a parte do corpo que foi picada abaixo do nível do coração, se possível, e com o pescoço levemente estendido para facilitar a passagem de ar. Enrole-a num cobertor e tente fazer com que ela fique calma.
Quando a criança é sabidamente alérgica a insetos como abelhas e vespas, com alto risco de choque anafilático ou obstrução respiratória, existem atualmente aplicadores de adrenalina em forma de "caneta".
É um dispositivo simples que deve ser carregado sempre com a criança. A aplicação imediata pela própria criança ou pelo responsável pode salvar vidas. Consulte seu pediatra ou alergista.
E se meu filho for picado por um carrapato?
Sempre que seu filho brincar em áreas onde há carrapatos, faça uma inspeção no corpo dele para ver se não há nenhum, de preferência de três em três horas, e prefira vesti-lo com roupas claras, o que facilita a visualização dos animais. Se encontrar algum, proteja suas mãos com um papel ou com luvas para não entrar em contato direto com o carrapato e use uma pinça para retirá-lo:
• Pegue o carrapato com a pinça bem perto da pele, com cuidado.
• Puxe devagar, até que todo o corpo do carrapato saia.
• Jogue o carrapato fora e lave as mãos com água e sabão.
• Limpe a picada de carrapato com um líquido anti-séptico ou com água e sabão.
• Não torça o carrapato quando o estiver puxando com a pinça, para que não fique nenhum fragmento dele na pele da criança.
• Não use outros estratagemas para forçar o carrapato a se soltar, como encostar objetos quentes. O estresse do animal pode fazer com que ele libere mais substâncias prejudiciais na pele.
Se você morar numa área com ocorrência de febre maculosa, uma doença grave transmitida por carrapatos-estrela, tome cuidado especial e observe muito bem a criança nos dias seguintes à picada. Caso ela apresente febre e/ou erupção cutânea, procure assistência médica imediata.
A febre maculosa precisa ser tratada com antibióticos logo aos primeiros sinais de infecção. Os sintomas aparecem entre 2 e 14 dias após a picada.
Uma outra doença transmitida por carrapatos é a borreliose, ou doença de Lyme. Para transmitir a bactéria, o carrapato precisa ficar 24 horas preso à pele. Os sintomas iniciais são um vermelhão em torno do local da picada, que depois pode se espalhar pelo corpo, além de febre, mal-estar e dores no corpo.
Em casos bem raros, picadas de carrapato podem causar encefalite (inchaço do cérebro) e outras doenças provocadas por vírus transmitidos pelo animal. Se seu filho tiver febre ou rigidez no pescoço, leve-o rápido ao médico ou ao pronto-socorro.
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